terça-feira, 10 de agosto de 2010

Eu e a sala de aula

Foi uma experiência única, a sala de aula, como observador, não como estudante. Outro fator de máxima relevância neste processo foi também o estagio concomitante com as discussões em sala de aula. Assim pude perceber através de uma leitura desvinculada de um ponto predeterminado e perceber em parte, como realmente está o sistema educacional brasileiro.


Foram algumas semanas neste colégio de ensino fundamental, em um espaço que mais se parece uma casa (média) com salas que se alternam em pequenas e muito pequenas, nestes espaços de aproximadamente 4 m x 6 m, ou seja, 24 m2, são colocados 40 alunos, como se pode imaginar o barulho é ensurdecedor, numa 7ª série e questões impactantes. Pude perceber a busca do professor tentando dialogar com os estudantes, buscando fazê-los perceber a importância do conhecimento histórico para suas vidas, buscando metodologias que pudesse apreender a atenção dos alunos.

Em pouquíssimos momentos percebi um mínimo silencio para que uma aula normal pudesse ser dada, o professor se alternava em buscar a atenção de uma parte da sala e em outros momentos da outra parte da sala. Os alunos só se detinham a alguma forma de informação quando esta era colocada no quarto para que eles pudessem copiar, não paravam nem na revisão para as avaliações.

Não se pode esperar de condições tão adversas o aprendizado dos alunos, as avaliações eram pra ser lidas pelo presidente e pelo ministro da educação, para que eles tivessem a real noção de para onde caminha esta nação. Os alunos têm um déficit incrível de interpretação da realidade, muitos não sabem ler, mal escrevem e articular idéias e formar um contexto escrito dessas idéias, me perdoem, é pedir demais. O professor trabalhava com a história e relacionava o passado sempre explicando o presente, mesmo assim as respostas, que não passavam de 2 linhas eram um misto de coisas sem nexos e erros ortográfico-gramaticais.

Foi como já disse uma experiência marcante, agora posso refletir sobre a minha participação na criação de um novo Brasil, não o de discursos ideológicos, mas aquele de pessoas que na prática cotidiana arregaçam as mangas para fazer diferença, para fazer diferente e realmente trabalhar para uma realidade que nos conduzira a um pais de igualdades.

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