sexta-feira, 18 de junho de 2010

"O pão nosso de cada dia"


Estava tudo fora do normal! O silêncio no pátio dizia muito além do que eu poderia ouvir, semblantes apáticos revelavam o medo coletivo que tirava a tranqüilidade, gerando total insegurança. Percebi que o porteiro estava ausente, uma outra professora abril o portão perguntando se eu era estagiário, respondi timidamente. Logo, a diretora veio até mim e pediu que entrasse na secretaria para conversar com minha regente que fazia seu ofício impacientemente.
Bem, o que de fato estava acontecendo era um conflito gerado por um aluno- que não era da minha turma- o qual havia ameaçado uma professora    com  arma de fogo e ROUBADO uma bicicleta que se encontrava no pátio, sendo parado pelo porteiro que entrou em contato com a polícia, solicitando o serviço, mas não teve seu pedido aceito. O “de menor” foi contido na guarita da instituição, onde permaneceu por alguns minutos até que dirrepente apareceu uma viatura da polícia -estranho a mudança de atitude- mas já sabendo do ocorrido, encaminhou o garoto para o Conselho Tutelar em busca de soluções cabíveis na lei.
Diante disso, a aula perdeu um tempo considerável mas seguiu normalmente pois o alívio era o clima que espalhava por todos os cantos da escola. Mas de fato coloquei-me a refletir sobre todo ocorrido e me questiono sobre vários aspectos sociais, educacionais e políticos e chego a uma humilde conclusão de que isto é o pão nosso de cada dia nas escolas, pois esse não é um fato isolado e vem se repetindo por muito tempo. Mas afinal, de que é a culpa? dos professores? Dos próprios alunos? Dos pais? Do sistema de ensino? Absurdo isso, mas é uma realidade social muito próxima da escola. A educação nacional pede socorro!

Um comentário:

Educação em foco disse...

Hoje pela manhã no momento em que abastecia o carro em Salvador para ir para a UEFS encontrei um ex-aluno de Geografia de uma outra Universidade. Ele me cumprimentou dizendo que se sentia feliz em me ver. Eu perguntei como estava a vida e se estava ensinando. Ele me disse qu pensava em abandonar o ensino. Ele que é policial me disse que se sentia muito intimidado com a violência na sala de aula e fora dela. Me contou que na última escola em que trabalhou, junto com outro colega de curso, também policial, acabou na porta da escola trocando tiros com ladrões que haviam roubado a arma de seu colega. Afirmou, concluindo, com um fio de esperança no olhar que estava fazendo Direito!
Abraço, José Augusto.