sábado, 10 de julho de 2010

Crise Existencial


  Em mais um dia de estágio escolar, procurei analisar a aula da minha regente por meio de uma nova perspectiva; tomando sempre como base, a postura que um profissional de educação deve esboçar na sala de aulas. Naquele momento fui notando o esforço da professora(ela até que tentava), em fazer com que os estudantes, se interessassem pelo conteúdo trabalhado na turma.
  Foi uma experiência muito desconfortável, pois, a medida que a professora exigia que os estudantes, respondessem o questionário trabalhado em sala. Eles demonstravam, além do pouco interesse; uma boa doze de indisciplina e de notável falta de acompanhamento familiar adequado. Achei essa situação desconfortável, justamente pelo fato de ter me imaginado no lugar da minha regente. Naquele exato momento, era como se fosse a minha pessoa diante daqueles estudantes, com comportamentos desagradáveis que impediam a professora de exercer sua função de maneira adequada.
  Por conta daquela situação, me perguntei se realmente estava seguindo o caminho correto,isto é, se era realmente a licenciatura o meu lócus do exercício profissional. É claro que não obtive respostas imediatas dos meus questionamentos. Mas ao menos serviram de reflexão para notar os desafios que existem numa sala de aulas.
  Diante desse momento de crise, da qual encontrei-me, fui notando o cotidiano escolar em suas particularidades. Hora analisando os estudantes, hora analisando a professora, procedendo através de seus métodos para tentar controlar sua turma. Ao final da aula, Lembrei do texto "O Professor e as Mil Mneiras de Fazer no Cotidiano Escolar" de Flavia Medeiros Sarti; por conta de ter surgido um acontecimento inesperado. Um estudante voltando-se para professora disse o seguinte: "não fiz as questões". A regente por sua vez, perguntou por qual motivo ele não fez a tarefa; continuou o estudande: "por que não quis. A regente agiu de forma consciente, pedindo ao estudante que não se retirasse da sala com os outros alunos, pois, queria ter uma conversa com o mesmo  ( ao menos o estudante aguardou ufa!). Quando o restante da turma foi dispensada, lá estava a professora diante de um problema ( um aluno sem interesse) que eu estava ansioso para ver como ela iria resolver. 
  Passados alguns minutos de conversa, na qual a professora procurou concientizar o estudante, dizendo-lhe que, a sala de aulas, não era local dos alunos fazerem o que querem. E sim, um lugar de apreensão do conhecimento. Em meio a resolução daquele embate, lembrei do artigo de Medeiros; por conta desse material abordar, o fato das universidades,  na praxis das suas produções acadêmicas, não levar em consideração muitos dos infortuinos, que os professores secundaristas estão expostos durante suas atividades laborativas. Quiçar sem perceber, fazendo uma relação entre a situação da regente, com seu estudante disperso e o texto de Medeiros.  Encontrei a resposta da minha crise existencial (ser ou não ser professor eis minha questão) "o tempo".

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