quarta-feira, 28 de julho de 2010

Saber decorado não é saber

No primeiro dia de observação tive várias impressões que me deixaram estupefata, mas não deu para expor tudo na primeira postagem para não me estender muito. Porém, caro leitor, peço um pouquinho de paciência, porque quero tratar de um assunto que eu considero seríssimo, que constatei, tristemente, na sala de aula. Não estou mais falando da linguagem vulgar, algo inaceitável, mas que se tornou corriqueiro na aula do professor que observo, mas da prática de ensino efetuada pelo professor de história. Um dos pontos que o meu professor nos orientou para analisar enquanto observávamos as aulas era se o professor usava ou não o livro didático e em caso positivo, se utilizava mais algum recurso para complementar, como por exemplo, outras bibliografias. Se o caro leitor que estiver ansioso por esta informação me perguntar: E aí, ele usa o livro didático? Respondo: Não, necessariamente. Alguém pode dizer que isso é bom. Eu também diria isso. Entretanto, ouso dizer, que se o professor utilizasse o exercício proposto pelo livro didático os alunos aprenderiam mais do que com as questões que são elaboradas pelo próprio professor, pois estas são questões facilmente localizáveis no texto que não provocam nenhum questionamento aos alunos, tampouco contribui para a formação de cidadãos críticos, conscientes e reflexivos. Não estou afirmando que o livro didático deve ser uma escorra onde vá se apoiar toda a prática do ensino e aprendizagem, muito pelo contrário, ele deve ser apenas um aliado do professor que não substitui, em hipótese alguma, o professor na sala de aula, sendo que, além dele, o professor deve-se utilizar de outros recursos para tornar a aula mais atrativa. O que eu acho grave é o fato deste professor elaborar questões que estimulam mais a prática da memorização de datas e acontecimentos históricos do que a compreensão dos “porquês”, as influências sobre o presente, etc.



O leitor saberá do que eu estou falando, pois irei colocar logo abaixo as questões propostas pelo livro didático utilizado pelo professor e as questões elaboradas pelo mesmo a partir do livro didático.

EXERCICIO PROPOSTO PELO AUTOR DO LIVRO DIDÁTICO

1. Explique como o domínio espanhol sobre Portugal afetou a Holanda e o Brasil.

2. Num de seus primeiros relatórios enviados à Holanda, Nassau escreveu: “Necessariamente deve haver escravos no Brasil e por nenhum modo serem dispensados: se alguém sentir-se nisto agravado, será um escrúpulo inútil [..] é muito preciso que todos os meios apropriados se empreguem no respectivo tráfico na Costa da África”. A partir do texto pode-se dizer que o posicionamento de Nassau diante da escravidão era diferente do adotado pelos colonizadores portugueses?

3. Em grupo: Façam uma dramatização narrando a resistência luso-brasileira às invasões holandesas no Brasil.

4. Vimos que o governador Maurício de Nassau, que era protestante, adotou a tolerância religiosa, permitindo que católicos e judeus continuassem praticando suas religiões. Você acredita que isso colaborou para o sucesso de seu governo? Explique.

5. Escreva um pequeno texto relacionando a volta de Nassau para Holanda à resistência luso-brasileira.

BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: Sociedade e Cidadania. “Holandeses no Brasil”. 7ª série, 8º ano. Editora: FTD, 2004.



OS ALUNOS UTILIZARAM O AUTOR REFERIDO ACIMA PARA RESPONDER AS SEGUINTES QUESTÕES QUE FORAM ELABORADAS PELO PROFESSOR:



1. Cite duas principais atividades econômicas no Brasil colonial.

2. Qual o período que durou o domínio espanhol sobre Portugal?

3. Como se deu a formação da Holanda?

4. Quais as atividades desenvolvidas pelos holandeses com o açúcar brasileiro?

5. A Companhia das Índias Ocidentais tinha autorização e apoio do governo holandês, para quê?

6. O que os holandeses fizeram ao chegar em Salvador em 1624?

7. O que ocorreu no Brasil com a introdução dos holandeses em 1626?

8. Em 1630, qual o estado brasileiro era o maior produtor de açúcar?

9. Cite duas cidades conquistadas pelos holandeses em Pernambuco.

10. Como se chamava o governador de Pernambuco e líder da resistência luso-brasileira?

11. Quem foi enviado ao Brasil pelos holandeses com o título de governador-geral?

12. O que Nassau fez para resolver o problema religioso no Brasil?

13. Cite os principais melhoramentos realizados por Nassau em Recife.

14. Quais os dois outros estados que estiveram sob o domínio holandês no Brasil?

15. De que Nassau foi acusado pelos holandeses?

16. Que ano os holandeses se renderam no Brasil?

17. O que são mascates?

18. Como se chamou a guerra entre comerciantes de Olinda contra os de Recife?

"Educar mal um homem é dissipar capitais e preparar dores e perdas à sociedade." (Voltaire)

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