domingo, 9 de maio de 2010

07-05-10... Um dia emocionante!!


  Emoção e comoção palavras que definem bem o que eu senti nessa sexta feira.
  Tive a minha primeira oportunidade a frente de uma sala de aula, mas não a ministrei, apenas apliquei uma prova, atitude pequena que para mim já foi o suficiente para despertar sentimentos tão nobres.
  Foi estranho, mas percebi que aquelas crianças precisavam de mim, necessitavam da minha ajuda para compreender não só a minha matéria, mas a vida, visto que o papel da educação (da pedagogia) é prepara-las não só academicamente, mas moralmente. Pude perceber nos seus olhos quem são as verdadeiras vitimas do descaso educacional.
  Me senti impotente, insegura diante delas, as suas perguntas eram complicadas de responder, como vou dizer para um aluno o que fazer numa questão que tem como princípio caracterizar algo, se eles não sabem o que é ler e interpretar? Se isso não faz parte do cotidiano deles? Eles não são educados para pensar, apenas para reproduzir aquilo que já está no livro, o que já lhe dão pronto!
  Ao mesmo tempo que senti essa insegurança, pude perceber a questão da hierarquia da relação professor-aluno, assim soube que tinha domínio sobre eles, e o que eu lhes dissesse seria absorvido, claro que nem por todos, mas sempre há aqueles que lhe dão vontade de seguir em frente, no meu caso, me deram vontade de melhorar para que assim eu possa ajuda-los a compreender questões, que ao meu ver são fáceis, mas que para eles são muito difíceis.
  Caramba, me senti no domínio (digamos assim), quando chamavam: "pró, faça o favor!", ou então, "professora, tá muito difícil, dá uma dica, só uma para ajudar a gente, por favor!"... Sei que esse sentimento é perigoso, mas tenho tomado, dia após dia, ciência do meu papel de educadora, porque educadora é o que serei, e não apenas mera transmissora de informações.
  Talvez seja utopia minha, podem dizer: "Quando você cair de fato na realidade irá mudar de opinião!"; ou então "Ah, isso é porque ela ainda tá na faculdade, e para quem olha de fora tudo é bonitinho, quero ver quando ela tiver que encarar a realidade de frente, o que ela vai fazer, se vai continuar com essas ilusões!".
  Sei que a coisa não é fácil, que não ganhamos bem. Mas já  nos formamos licenciados sabendo de tudo isso, somos avisados todos os dias que o trabalho de docente é complicado, é desmerecido, sabemos de tudo isso e as crianças não tem culpa de nada, não podemos descontar nelas, fazê-las pagar por algo que não lhes pertence.
  O que temos que fazer é reclamar, lutar pelos nossos direitos, por melhores condições, melhores salários e tudo mais. Mas, o que não podemos nunca é deixar de cumprir nosso papel, ou fazê-lo mediocrimente. Se eu não o faço, ou se o que eu faço não condiz com o que é meu dever de fato, como posso reclamar? Se eu aceitar as imposições do "sistema", se me "moldar" à sua vontade, não tenho direito algum de reclamar, visto que se faço o que eles mandam, devo aceitar o que eles pagam.
 Como reclamar por melhores salários se eu não dou aula, ou se a faço de forma insignificante?
 Como diz meu caro amigo Alisson Nogueira, quando falo em mudar o mundo, me refiro ao meu mundo, às pessoas que estão a minha volta. Se eu conseguir que um, apenas um, me dê valor, o meu trabalho já valeu a pena, porque esse um será trasmissor para mais e mais pessoas, é um ciclo!!

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